terça-feira, 7 de agosto de 2007



Lucia e o Sexo de Julio Meden em cartaz nesta quarta(08/08/07) no cineclube Aurélio Lanterninha no auditório da Cesma

Não é nenhuma novidade que Santa Maria não possui mais salas de cinema. No entanto, os cineclubes parecem estar em plena atividade na cidade. Esta semana, em particular, está bastante movimentada em termos cinematográficos, com o ciclo de cinema do curso de História da UFSM, que apresenta "Brasil em close up", no auditório da Antiga Reitoria e a nova temporada de filmes no cineclube Lanterninha Aurélio da Cesma, que tem como tema "Só para maiores...".

O filme a ser exibido nesta quarta-feira (08/08/07) na Cesma é o drama espanhol, Lúcia e o Sexo(2001), dirigido por Julio Meden e com duração de 128 minutos. A película conta, numa seqüência não linear, a história de uma garçonete que conhece um escritor chamado Lorenzo, no café onde trabalha. A partir deste encontro nasce uma grande paixão, recheada de descobertas sexuais inusitadas, que tornam o filme bastante apimentado, incluindo close-up's do órgão sexual masculino. No entanto, Lorenzo desaparece sem nenhuma explicação aparente, fato este que leva Lucia a sair em busca de uma cura para seu desespero diante desta perda. A moça acaba numa belissíma ilha no Mediterrâneo, onde encontrará respostas que vão muito além do paradeiro de seu namorado.

Neste filme há um elemento bastante inquietante: a presença do sexo sem o propósito de apenas estimular nosso voyerismo. O Sexo como arte, como o desencadeador de um processo de questionamento e auto-conhecimento. Parece simples? Mas não é. Acostumados que estamo aos apelos visuais da indústria cinematográfica, assistir a um filme como "Lúcia e o sexo" é no mínimo inquietante. Tanto que na primeira vez em que o assisti, estava na sala sozinha, até que, justamente na cena do close do órgão genital de Lorenzo, minha colega de apartamento resoveu levantar para ir ao banheiro. Não sabia o que fazer. Mudar de canal ou fingir que esta é uma cena muito comum a filmes que não sejam pornográficos? Optei pela segunda.

Acredito que a inquietude seja emblemática para explicar este filme, pois o diretor, Julio Menden, pretende justamente isso: provocar o sentimento. Ele utiliza o sexo, então , como fonte de vitalidade, transformação, força, idéia de continuidade e fim do ser humano. As emoções são o fio condutor das ações de suas personagens, nem sempre permeadas por razões lógicas. Inconseqüentes e inquietantes. Os resultados de toda essa impulsividade nem sempre são os melhores. Mas e qual vida pode ser tão planejada como um roteiro, com principio , meio e fim, tudo correndo perfeitamente?

Muitas vezes mal interpretada, esta película valhe a pena não pela ousadia da imagem, não pela que está explicito, mas pelo implícito, pelo que nos é tão natural e do qual muitas vezes nos envergonhamos. O sexo, o eu, o amor, a verdade, tudo que está em dúvida. Num roteiro muito bem amarrado e com uma luminosidade estonteante, o filme desta quarta não deixa nada a desejar ao que poderia estar sendo exibido nas salas comerciais que escontm-se fechadas.







3 comentários:

pedroantunes disse...

ah nãooo!!!
além de ter q concorrer ctgo pelo cargo d editor da Vogue, vou ter q concorrer como crítico d cinema tb?!?!
assim não dá!!!

ótimo txto, bibi!!! gostei msmo!
bjooos!!!

Vini disse...

Falando em concorrer, que tal uma vaga na SET? Se eu fosse o "dono" da revista ja teria te contratado. Excelente texto. Parabéns, pequena. *orgulhosíssimo*. bjo

Carol disse...

mas que coisa isso. a janice deveria ler esse comentário, para entender por que você assistia esse filme escondida nas madrugadas do 25...

morri de ciúmes ao ver que vini e ursinhE já comentaram aqui, achei que seria a prEmeira. ter melhor amiga popular é fogo!